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Estudo da Urbanidade do Saco dos Limões

 

Partindo da premissa de desenvolver novas áreas bem inseridas e acolhidas pelo bairro existente, buscamos entender melhor a dinâmica de uso dos espaços públicos, com foco nas áreas de lazer já constituídas. Procuramos descobrir quem utiliza estes espaços e, após uma série de entrevistas com moradores da região do Saco dos Limões e das nossas próprias observações ao longo da primeira visita, mapeamos alguns pontos estratégicos dentro do bairro com o objetivo de estudá-los na segunda etapa de exploração.

 

Escolhemos o método de timelapses como forma de poder observar os diferentes usos de cada um dos pontos estratégicos. A hipótese tomada pelo grupo era a de que seria possível gravar esses usos ao longo de pouco mais de 1 hora, com um intervalo entre os frames e um horário de gravação característico para cada local mapeado. Na prática, encontramos algumas dificuldades na determinação desses critérios em virtude da falta de experiência do grupo com a técnica escolhida. A despeito disso, fomos capazes de registrar os materiais, como proposto, em todos os locais mapeados, sendo que apenas em dois deles o tempo de gravação foi menor em virtude da dinâmica do espaço ser muito baixa no horário escolhido.

 

O resultado obtido foi também muito positivo já que a própria ferramenta nos condiciona a vivenciar um mesmo local durante todo o tempo de gravação. Em alguns momentos, inclusive, tínhamos poucas previsões em relação aos usos que conseguiríamos gravar, sensação que promovia diversas discussões entre o grupo sobre a dinâmica de cada espaço.

 

Com a experiência de campo e algumas discussões, pudemos concluir que a região vive de maneira muito pacata, diferente do seu entorno, que é destinado, em diversos pontos, a um intenso fluxo de carros. O ritmo de vida compartilhado pelos moradores do Saco dos Limões lembra uma urbanidade característica de municípios pequenos, com uma vida econômica e social menos agitada, onde as conversas entre vizinhos e os deslocamentos a pé contrastam com o fluxo intenso do sistema viário. Na gravação do espaço da ciclovia, observamos que algumas características bem particulares fazem dela um espaço de lazer compartilhado por vários dos bairros adjacentes ao aterro sul. Ao mesmo tempo que proporciona uma ambiência extremamente agradável, de boa arborização e pouco contato com os carros, ela está totalmente desconectada de qualquer acesso relevante para pedestres ou ciclistas, razão pela qual é muito pouco utilizada para deslocamentos diários e gera, às vezes, sensação de insegurança para muitos, característica que nos fez apelidá-la de “bolha urbana”.

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